18 de mar. de 2009

Quais os argumentos em polêmicas científicas?

Discutindo com os grupos religiosos criacionistas, ficou claro para mim que no final da maioria das conversas fica a seguinte conclusão e pergunta:
Eu não posso lhe convencer das minhas convicções, e nem você pode me convencer das suas. O máximo que podemos ser é educados, cordiais e desejar boa sorte, mas consendo é bem difícil. , e como a ciência é em alguma forma imposta a eles, o que poderíamos fazer para sermos menos repugnantes a eles?

Assim eu fiquei pensando em qual seriam os tipos de argumentos que nós, os "defensores da ciência e dos oprimidos", podemos ter nesta discussão com os criacionistas que eles pudessem aceitar um pouco melhor. Aí eu vi que só ficarmos argumentando com o método científico, as evidências científicas, e etc, não está adiantando muito no sentido de convencer um pouco mais criacionistas do poder que a ciência deva ter em algumas atividades como na definição dos currículos da educação básica.

Por isso eu elaborei o argumento de que a ciência é a "filosofia natural" que conquistou o poder dominante na implementação prática, desenvolvimento e bem estar da sociedade. Ou seja é de comum acordo que a ciência deva ser de modo geral aplicada nas questões práticas da sociedade sob a tutela do estado. Pois o estado do bem estar social tem que implementar as políticas que trazem mais bem estar, e etc e tal.

Acredito inicialmente que esse argumento possa ser aceito em algum grau pelos criacionistas, ou por uma parte deles. Vou testar nesses fóruns da vida.

Agora, mesmo que esse argumento seja aceito inicialmente, para mim esse poder de influência da ciência (o cacófonozinho legal) deva ser aceitavelmente implementado em forma de instituições científicas que certifiquem a credibilidade de atuação dos cientistas. Ou seja na minha opinião toda ação, governo, ou estrutura dominante na sociedade existem e atuam em forma de instituições (nem sei se fui redundante aqui). Acho esse argumento um pouco favorável as pessoas mais conservadoras, pois instituições geralmente dão a impressão de atividades estabelecidas, estáveis, e na sociedade "democrática" tem que ter credibilidade para atuar (nem sei se é verdade, mas os criacionistas são geralmente rotulados como conservadores).

Por útimo, no atual estágio dos direitos do cidadão, do consumidor, e sei mais lá o que, as instituições com maior credibilidade e aceitação são as que além de fazerem bem o seu trabalho, também tem um tratamento institucional e bem definido para as críticas e reclamações. Ou seja, mesmo que a reclamação não seja muito procedente, a instituição tem que dispor algum canal para que a crítica seja ouvida de forma mais palatável ao "consumidor mais critico".

Ainda mais a ciência sendo de certa forma um monopólio, os criacionistas tem que ter um canal para reclamarem, pois queremos ou não, a ciência é imposta a eles (e para a sorte deles) em vários assuntos.

Aí é que eu acho que os "defensores da ciência" não terem argumentos mais palatáveis e nem sabem oferecer diretrizes de discussão mais aceitáveis aos criacionistas. Como eu acho que é possível que nós os mocinhos bem-feitores da humanidade defensores da ciência com o nosso melhor método científico e argumentativo possamos fornecer um canal de comunicação aos "equivocados criacionistas". Mas não fizemos isso ainda!!!

E por fim, um mérito aqui é que se nós conseguirmos de alguma forma trazer os criacionistas para uma discussão mais palatável, é ponto para nós, pois nós conseguimos um tipo de avanço nas polêmicas científicas, aumentando a nossa credibilidade. O outro mérito é que acredito que deixando claro o status da ciência na sociedade, a sua estabilidade como uma instituição moderna e os seus próprios procedimentos institucionais para o acolhimento dos "rebeldes", acho que a ciência vai adquirir uma imagem mais democrática e menos "arrogante".

Agora acho que conseguir escrever onde eu quero chegar nessa história de polêmicas científicas,
Gilberto de Paiva

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